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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Hábitos caros arruinaram Michael Jackson BBC fez a contabilidade da carreira do cantor


Da infância pobre ao estrelato, uma trajetória de fama sem limites, marcada por traumas, excessos e escândalos. Se o critério para estar na Calçada da Fama é sucesso comercial, então, talvez uma só estrela para Michael Jackson seja pouco. Isso porque ele é o artista mais bem-sucedido da história da música. Só que a mesma habilidade que ele tinha pra ganhar milhões ele tinha para torrá-los.

A BBC de Londres fez a contabilidade da carreira Michael Jackson. De um lado, ganhos milionários. De outro, derrotas na Justiça e hábitos caros e bizarros, que arruinaram o cantor física e financeiramente.

A saga de Michael Jackson começou em Gary, no estado de Indiana, interior dos Estados Unidos. Foi no bar Mr. Lucky's que os ‘Jackson Five’ fizeram os primeiros shows, no fim da década de 60.

"Eles eram ótimos, e o público atirava gorjetas ao palco. Dois, dez, quinze, vinte dólares", lembra Benny Dorsey, ex-professor dos irmãos Jackson.

À base de ensaios exaustivos e muitas surras, o pai dos irmãos Jackson, Joseph, lançou os filhos na música. A banda logo fechou contrato com uma modesta gravadora local. "Big boy" foi a primeiríssima música em disco dos Jackson Five. Um documento da época comprova que os Jacksons ganhavam apenas US$ 0,03 por cópia vendida.



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Mesmo depois de assinar com a lendária gravadora Motown e de produzir um sucesso após o outro, o dinheiro não era muito. Na primeira turnê internacional, em 1972, Michael Jackson embolsou apenas US$ 5 por semana, o equivalente a R$ 18 em valores atualizados. A sorte começou a mudar na virada da década de 70.

Com os discos "Off the wall" e "Thriller", Michael Jackson, já em carreira solo, virou um mega-astro. No auge da febre, o álbum "Thriller" vendia 1 milhão de cópias por semana, só nos Estados Unidos.

As vendas no mundo todo também foram colossais. As estimativas variam de 30 milhões a 100 milhões de cópias. É um dos discos mais vendidos de todos os tempos. E as vendas foram impulsionadas pelo videoclipe da música "Thriller", que foi gravado em uma rua da periferia de Los Angeles. Para muita gente, é o videoclipe de mais impacto de todos os tempos.

"Era inacreditável", lembra o ex-presidente da CBS Records, Walter Yetnikoff. Ele calcula que Michael chegou a ganhar, na época, US$ 20 milhões por mês, o equivalente a R$ 40 milhões em valores.

Apesar da imagem de ingênuo, Michael era impiedoso nos negócios. Em 1985, adquiriu os direitos de mais de 200 canções do catálogo dos Beatles. Uma mina de ouro que vale, no total, US$ 1 bilhão. Foi uma punhalada nas costas do amigo Paul McCartney.

"Michael explorou comercialmente as músicas dos Beatles, o que deixou Paul muito magoado", conta o jornalista e amigo do astro, J. Randy taraborrelli.

Mas Michael Jackson também tinha uma capacidade sem igual de gastar. E gastar muito. Um contador que foi testemunha do julgamento de Michael por abuso sexual de menores de idade revelou que, em 1999, somente as despesas pessoais do astro somaram US$ 7,5 milhões de dólares. Em valores de hoje: R$ 41 mil por dia.

Uma luxuosa casa de três andares em Nova York foi alugada por quase dois anos, durante as gravações do álbum "Invincible". Preço pela temporada: R$ 2 milhões.

Animais circulavam pela casa, comiam na mesa. A dona do imóvel diz que os vizinhos podiam ver Michael lá dentro? Sim, responde a dona do imóvel.

O cantor dormia em um quarto que terminava no terraço.

Mesmo com teto próprio em Nova York, Michael mantinha na mesma cidade uma suíte presidencial no Four Seasons, um dos hotéis mais caros do mundo. Pagava diária de US$ 10 mil, o equivalente a R$ 20 mil.

O investimento mais ambicioso de Michael foi o rancho Neverland, a Terra do Nunca. Nos arredores de Los Angeles, Neverland tinha 150 funcionários, um parque de diversões e um zoológico particular.

O contrato original revela o preço de compra: US$ 17 milhões, ou R$ 34 milhões. Esse e muitos outros documentos preciosos foram parar nas mãos do empresário Henry Vaccaro.

Ex-dono de uma marca de guitarras, ele conta que tomou um calote de Michael nos anos 90. Como pagamento, a Justiça determinou que parte do acervo pessoal da família Jackson, que estava armazenado em um galpão de Vaccaro, ficasse com ele.

São caixas e mais caixas de objetos que o público jamais viu. "Aqui há mais de dez mil fotos inéditas", ele revela. Ele tem, ainda, um dos primeiros figurinos de Michael Jackson. São dezenas de roupas, manuscritos, desenhos feitos pelo astro, uma foto ampliada que ele deu de presente para a mãe. Entre as caixas, há até roupas íntimas de Latoya, irmã de Michael.

Um documento de 1984 lista os investimentos semanais do artista: US$ 19 milhões. Um achado: dois tubos de uma pomada para clarear a pele e desenhos de diferentes formatos de nariz. "Pode ser como ele gostaria de ficar", diz o empresário. Henry Vaccaro disse que vendeu o acervo em 2004 para um misterioso colecionador, por um preço estimado de US$ 1,4 milhão.

A carreira rendeu a Michael Jackson pelo menos US$ 700 milhões. Mas o cantor viveu a decadência física, financeira e artística em seus últimos anos. Vendeu metade do catálogo dos Beatles e parte de Neverland. E ainda assim deixou uma dívida estimada em US$ 500 milhões, o equivalente a R$ 1 bilhão.

Ele deveria começar neste mês de julho uma série de 50 shows em Londres. Agora, os produtores da turnê vão ter de devolver US$ 85 milhões aos fãs que tinham comprado ingressos. Os credores estão fazendo fila: uma batalha nos tribunais pela fortuna de Michael Jackson pode ser o próximo capítulo dessa história.

"Certa vez, ele me ligou e disse: 'Uri, eu quero andar na Lua. Eu quero fazer minha dança moonwalk na Lua'. Já imaginou 6 bilhões de pessoas vendo Michael Jackson dançar na Lua?", conta o ilusionista Uri Geller, amigo de Michael.

Seria um espetáculo do tamanho do talento dele. Do gênio que fez da própria vida um trágico show.

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